quinta-feira, 28 de março de 2019

RELATO DE UMA PARTICIPANTE

Texto de autoria de uma filiada do Templo Polímata Jundiaí, relatando as suas primeiras experiências com as medicinas dentro das nossas cerimonias. Reflexão interessante a respeito das crenças e paradigmas, no qual muitas vezes tomamos nossos pontos de vista e denominamos como realidade. Quando, talvez, a sabedoria seja a capacidade de aprender com a vida e seu movimento.


Reflexões de minha própria vivencia espiritual. 

A psicologia, no campo da matéria, estuda cientificamente aquilo que é observável e palpável. Com certeza leva em consideração pensamentos e sentimentos, mas tenta ao máximo traduzi-los em dados concretos para melhor analise e conclusão realista dos resultados. Através desta posição, a ciência psicológica avançou muito com a constatação de princípios básicos que conduzem a aprendizagem de nossos comportamentos, assim como a modificação de comportamentos diversos. A aprendizagem através da seleção pelas consequências é um fato indiscutível, porém existe um padrão de respostas comportamentais pouco estudado ou estudado superficialmente chamado espiritualidade. 

A maioria dos cientistas abordará o tema através da religiosidade e defenderão seu uso como ‘bengalas’ para tudo aquilo que a ciência e a mente humana ainda não conseguem explicar; outros dirão que se trata de ‘alienações coletivas’ com função de esquiva das realidades vivenciadas as quais os indivíduos não são suficientemente resilientes para enfrentar; e outros dirão ainda que se trata de um fenômeno comportamental social cuja função é em primeiro lugar para fortalecer as chances de ‘sobrevivência’ através da produção de sentimentos como a ESPERANÇA frente aos déficits sociais, e em segundo lugar como uma forma de manter a ordem social através de conjuntos de regras, valores e falsas consequências, ou seja, uma série de cadeiras de respostas que ocorrem em condição de contiguidade.  

Bom,vamos ao relato pessoal... até um tempo, eu, psicóloga há 10 anos, acreditei nisso ou me forcei a acreditar, mas sempre de uma maneira inquieta, descontente, insatisfeita, pois sentia desdém pelas informações religiosas envolvendo os tais pecados e condenações ao inferno ao mesmo tempo que sentia desejo pela vivencia, pelo acolhimento espiritual, que de uma certa forma eu considerava fantasia e utopia – ou seja, a volta da crença pela tal da sobrevivência com questões do tipo “Pra que viver neste mundo se for só isso? Se o mundo é tão terrível e competitivo, pra que então existir? A morte seria bem-vinda então? Se sim, estaria eu livre dos problemas e dos sofrimentos? 

Percebem, é muito bom acreditar que existe algo a mais. Na verdade, é tentador! No entanto, porque é tão difícil simplesmente acreditar? 

Sempre convivi com pessoas que se diziam médiuns e quantas vezes já não senti sensações estranhas das quais não conseguia explicar! Mas racionalmente a racionalidade me trazia para o conceito de condicionamento ou mesmo para a questão da tal da sobrevivência em se tratando de reações neuroquímicas ativadas com função de luta e fuga, pois ali eu já tinha uma desconfiança de que talvez não estivéssemos sozinhos, ainda mais com o conceito de maus espíritos. E quantas vezes também não duvidei – “Ahhh isso é tudo farsa!”. Mas em situações de conflitos ou desesperança lá estava eu apelando para as forças invisíveis que há pouco havia duvidado e mesmo assim após um tempo lá estavam as respostas para o meu apelo se encaixando como quebra cabeça e mais uma vez a dúvida – “É, talvez tenha sido só coincidência”. 

Segui neste mar conflituoso ciência X espiritualidade por muitos anos, então me vi drenada, sem energia, sem animo, com dores em todas as partes do meu corpo, praticamente inerte precisando de alguém (no caso meu querido marido) pra me dar um ponta pé, quase literalmente, para que eu conseguisse sair da cama e encarar a vida. Fiz uso de antidepressivos na esperança de estar deprimida, pois afinal se fosse apena doença física um remedinho curaria. Melhorou, mas não passou – “Como? A família estava ótima, as finanças ótimas, os amigos presentes... como? O que faltava?” 

Hoje entendo que a doença física manifestada era fruto da negligencia espiritual que eu vinha negando e adiando. Felizmente descobri isso da melhor forma possível através da medicina do caminho verde. O acesso, como aconteceu? A espiritualidade sempre dando um jeitinho... um sonho aqui, outro ali... uma amiga maravilhosa que entrou no meu caminho e que já trilhava sua própria jornada... o acolhimento do dirigente espiritual com o coração e a alma gigantesca, que sem titubear se propôs a me acompanhar em meu desenvolvimento e senti vibrar junto de empolgação... e lógico, o empurrão da espiritualidade com a frase que ecoa todos os dias na minha cabeça – “Acorda! Você está atrasada”. 

Bom... ao fazer o uso da medicina, pedi a essa desconhecida força que me apresentasse a verdadeira realidade, que me curasse e se possível, resgatasse a fé que nunca tive, aliás nem sabia o que era. E da forma mais bondosa e caridosa, ela me envolveu como uma mãe envolve o filho em dias de febre, me acalentou o coração e me mostrou o que eu precisava enxergar – como na passagem bíblica “ver para crer”. 

E eu acreditei, naquele momento, mas logo me vi desacreditando, colocando em cheque tudo o que ouvi, vi e senti. Como poderia? Mas como não poderia se entrei em contato com guardiões que eu nunca havia tido contato antes nem por literatura? Não cabia duvidar mais, e um sentimento começou a brotar de dentro pra fora contrariando toda a ciência que eu tinha domínio. Fé, esse era o nome para o que eu sentia. Foi então que eu percebi que o plano espiritual também deve seguir princípios básicos. 

Com muita reflexão, tenho entendido a fé como um mistério divino, de difícil explicação para os que sentem, imagine então para os que não creem. Pois é, muito bati cabeça tentando definir sem conseguir. Hoje entendo que a fé é um dos princípios básicos para a vivência da espiritualidade, sem ela os portais estão fechados. Ela é a chave de todas as possibilidades. 

A ciência dirá que sou maluca, que a fé é uma palavra qualquer para definir um conjunto de regras e auto-regras que justificam padrões específicos de comportamento em relações contiguas como passar embaixo de uma escada e obter azar por exemplo. Mas eu concluo que a fé, como chave de portais, é a crença genuína das manifestações do divino, uma centelha. Ou seja, a fé é assumir sua posição divina no mundo material e acreditar, ou melhor, vivenciar o proposito de vida que faz de nós únicos neste planeta com milhões de seres pensantes e não pensantes. Fé é confiança, é caminho. 

Outro fator que talvez possa ser considerado um princípio básico trata-se da misericórdia. Tenho entrado em contato com este sentimento, não necessariamente de forma amena – as vezes os processos são bem dolorosos – viram a gente dos avessos.  

Muito já ouvimos falar em misericórdia, mas raramente conseguimos praticá-la e, apenas fazendo uma observação, o mundo como um todo está muito alheio e insensível aos seus pares para conseguir vivenciar um sentimento tão grandioso como este. Longe da verdade, venho entendendo a misericórdia como o ato de colocar-se no lugar do outro e/ou de si próprio despido de julgamentos e dotado da compreensão necessária que levam a um outro princípio básico, o perdão. 

Vejam que não importa qual o sujeito da ação, se o próprio individuo com seus próprios julgamentos e autopunições ou o outro dos quais tendemos a julgar e sentenciar. O perdão é um princípio chave no caminho espiritual, mas de difícil definição, pois em essência ele deve ser sentido e por ter de ser sentido intensamente, é de difícil pratica tanto para si quanto para o outro. 

Mas então como estou tentando definir afim apenas para comunicar minha vivência e não para provar nada, afinal a espiritualidade não precisa de provas, isso é uma necessidade humana terrena, o perdão por sua vez, não é o mero esquecimento das magoas e más ações vividas. O Perdão é a aceitação genuína dos fatos/eventos a partir da compreensão dos fatores que levaram à determinada situação. Este movimento só é possível através da misericórdia seguida da fé sobre seu propósito. O perdão leva ao estado de desprendimento dos males vividos do qual os únicos resquícios evidenciados são as valiosas lições aprendidas. É o reestart, é a nova chance com total isenção de desconfiança ou arbitrariedades. Resumindo, perdão é livramento à todas as partes envolvidas. 

Ahh e a depressão citada anteriormente? Já não existe mais; só me resta a vontade de viver uma vida bem vivida!!! 

Entendendo a missão de servir.  


segunda-feira, 25 de março de 2019

RITUAL DE UNI


Mais um ritual de Uni no Templo Polimata Jundiaí, que trás como sua base o xamanismo amazônico brasileiro.

Viva a força da floresta, sua cura, e seus mistérios. Viva o verde do amor à luz da ancestralidade.

Haux haux!

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:
https://www.facebook.com/events/349779028961835/
https://www.ordempolimata.com.br/events/ritual-de-uni-jundiai-marco?fbclid=IwAR2bfAsPkhWKgr-W5UsxUtgOCnMdo5FsWw31EA5avPHkyK6M67XdHfEiF-I

IMAGENS DO RITUAL EM LOUVOR AOS GUIAS DE ARUANDA

Humildemente agradecendo à mais um ritual realizado com muito amor, fé e união. Agradecendo aos Guias de Aruanda, à Irmandade Polimata e a presença mais do que especial de cada irmão. 

SARAVÁ!!!








segunda-feira, 18 de março de 2019

GUIAS DE ARUANDA – CONSIDERAÇÕES E CURIOSIDADES

Nada na espiritualidade é aleatório e não seria diferente quando se trata de guias. Os guias de Aruanda, especificamente, possuem por de trás de cada detalhe um fundamento e é isso que iremos explanar a seguir. Antes, porém, entenderemos resumidamente o que se entende por Aruanda.  No plano astral, cada linha ou segmento espiritual ou religioso possui um local correspondente paralelo. Exemplificativamente, temos muito conhecido no Brasil o Nosso Lar, paralelo do espiritismo kardecista no plano astral. Aruanda é o correspondente da umbanda. Esse nome, originalmente, era Luanda, capital da Angola, local para o qual muitos escravos pretendiam voltar ainda em vida. Essa cidade foi o maior porto de comércio escravagista da África portuguesa. Com as mutações da linguagem e o renascimento de cultos de matriz africana, Luanda tornou-se Aruanda e representa o local de morada e acolhimento dos espíritos amparados pelas Leis da Umbanda, por ter sido símbolo de liberdade, de retorno à terra natal.

Passemos agora às considerações sobre os guias. Inicialmente, devemos ter em mente que um Orixá não é uma entidade guia. Um Orixá é uma deidade, uma manifestação do divino que nunca teve uma encarnação e não é humana. Sua representação imagética semelhante ao homem se faz para melhor compreendermos seus aspectos arquetípicos e assimilarmos melhor parte de seu conhecimento. Um orixá estará presente na coroa da pessoa, não sendo assim exatamente um mentor. Por hora, muito simplificadamente, podemos considera-los como vibrações divinas originais que atuam em campos determinados no divino, chamados de Tronos, cada um com suas propriedades e assentamentos. Dentro desses tronos, existem entrecruzamentos e orixás menores. Um orixá menor é um chefe de legião ou de falange. Importante ressaltar que as definições de orixás variam de culto para culto, mas é consenso que eles sejam deuses e não espíritos com encarnações prévias.

Dentro da cadeia de guias, existem graus, linhas e dentro das linhas existem legiões,  falanges, sub falanges, agrupamentos, etc.  Esse conceito de hierarquia é muito definido e presente no desenvolvimento da organização espiritual e cada espírito responde em subordinação ao seu superior. As últimas divisões são os guias e protetores. O que vai nos indicar a qual lugar dentro dessa cadeia uma entidade pertence é o nome pela qual ela se apresenta e também o que ela mesma explica.  Podemos entender a qual lugar pertence uma entidade quando seu nome é simbolizador. Quando o nome é ocultador, possui um mistério que só será revelado pela própria entidade em momento oportuno.

Um nome simbolizador é aquele que indica, através dos símbolos, alguma coisa a respeito daquele guia. Exu Tranca Ruas, por exemplo, já nos indica que é uma entidade do grau dos Exus que trabalha na linha à esquerda de Ogum, pois o ato de trancar rua é fechar um caminho, vibração relacionada a esse Orixá. Todo grau Exu responde à Ogum, mas não necessariamente trabalham na vibração desse orixá.  Um Exu do Lodo, por sua vez, seria do grau Exu e por isso responde a Ogum, mas trabalha na linha de Nanã. Sua falange é do Lodo, e dentro dela existem vários Exus do Lodo.  No nome simbolizador, algum símbolo, elemento, cor, local, fará a função de indicar seu posicionamento. Uma cabocla Estrela do Mar, nesse sentido, responde á Oxóssi por ser do grau caboclo mas trabalha na linha de Yemanjá.

No nome ocultador, só saberemos a função de trabalho da entidade se ela mesma indicar. Como exemplo, temos muitos nomes de preto velhos que, apesar de comuns, são próprios. Pai Joaquim, Benedito, Vovó Maria, etc. Nesse sentido, os nomes dos guias não são necessariamente os de alguma encarnação, e não são escolhidos sem propósito. Eles são uma identidade espiritual que vai muito além da individualidade daquele espírito. Mesmo os nomes comuns e próprios tem um por quê e nos indicam a humildade de um espírito que abriu mão de ter um Eu consolidado no nome, fugindo a qualquer egolatria e se identificando da forma mais simples possível e, por isso mesmo, sendo geralmente de guias de vibração muitíssimo elevada.

Todo grau de entidades possui um mistério e uma razão de ser, indo além da compreensão humana. Apesar disso, podemos ressaltar alguns pontos pacíficos nos tipos de trabalho. Sabemos, por exemplo, que o grau dos erês não necessariamente é formado por crianças que desencarnaram (apesar de isso não ser impossível) mas por espíritos que trabalham com questões de inocência, pureza, renovação, curiosidade, cura de emoções antigas e tudo relacionado à criança. De forma lúdica, muitos ensinamentos são passados assim.

Quando da incorporação, cada grau vai irradiar um tipo de energia no médium que incorpora, além do trabalho para com terceiros. É muito comum a mulher que incorpora de forma alinhada sua pomba gira sentir-se muito bem posteriormente, com a energia renovada e vitalidade aguçada. Todos os guias e mentores de uma pessoa são exatamente os melhores que ela precisa para sua evolução e, consequentemente, são determinados pela composição dos orixás de sua coroa. Isso não significa que uma pessoa irá se limitar aos seus guias mais próximos. Dentro do polimatismo, é possível haver contato não apenas com seus próprios guias, mas com todos os guias necessários em algum momento para um trabalho.

A confiança na inteligência maior do Pai Divino é essencial para entendermos que ele nos envia exatamente aquilo que precisamos, no momento que precisamos e da forma como precisamos para nossa evolução. Assim é com os guias de aruanda.

Axé!

RITUAL EM LOUVOR AOS GUIAS DE ARUANDA


Contamos com a presença de todos nesse encontro, dentro dos estudos de religiões afro-brasileiras da Irmandade Polimata, em busca de conhecimento, realização e liberdade espiritual em nosso caminho.

Neste encontro, homenagearemos o povo de Aruanda, como os Pretos Velhos, Boiadeiros, Baianos, Caboclos e os povos que fazem parte da egrégora das religiões afro-brasileiras.

A Sagrada Medicina Ayahuasca nos permite uma melhor conexão com estas divindades e uma experiência muito mais profunda e verdadeira.

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:
https://www.facebook.com/events/549509905559139/
https://www.ordempolimata.com.br/events/ritual-aos-guias-de-aruanda?fbclid=IwAR2lTY5_fA51TDfS8OTvm2INZJJ9dpNW7erlKv1VgItlcO_f7knaYOt2Xz4

terça-feira, 12 de março de 2019

RITUAL XAMÂNICO COM A TRIBO HUNI KUIN KAXINAWÁ


Em nossa vertente do Xamanismo brasileiro chamada de Caminho Verde, temos a oportunidade de trazer conceituadas tribos amazônicas, com suas forças e curas ímpares.

Pela segunda vez em nossos Templos, receberemos a tradicional Tribo Huni Kuin Kaxinawá, desta vez receberemos nossos irmãos Nui & Ibã, trazendo a Força da Rainha, da Floresta, dos Animais e do Uni.

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:


PALESTRA CULTURAL COM A TRIBO HUNI KUIN KAXINAWÁ



Palestra e Troca de Saberes com nossos irmãos Huni Kuin - Ibã e Nui, compartilhando um pouco sobre sua história, cultura e medicinas. 

Nessa noite teremos a oportunidade promover um encontro livre com dois iniciados no caminhos dos rezos e das curas dentro da tradição Huni Kuin. Através do conhecimento ancestral adquirido direto da própria fonte sobre as medicinas da floresta, ervas, banhos, canções, animais sagrados, pinturas de força, entre outras preciosidades de uma cultura milenar, veem apresentar um pouco desse conhecimento oral herdado de geração para geração onde poderemos compartilhar historias tradicionais e visão a respeito do vida, assim como a espiritualidade contida em uma cultura carregada de força e tradição diretamente das profundezas da floresta.

Todos são muito bem vindos para esse evento gratuito, onde compartilharemos a boa energia e a presença única de cada um.

*Evento gratuito 
14/03 - Templo Polimata Jundiaí - 19h 















Haux haux!