quinta-feira, 24 de outubro de 2019

RITUAL XAMÂNICO COM A TRIBO SHAWÃDAWA


Ritual Xamânico / Pajelança Shawãdawa com Nazinho Tetepawã Shawã e Ana Shawã
Templo Polimata Jundiaí

É com imensa honra que neste mês receberemos mais 2 irmãos da respeitada tribo Arara Shawãdawa, representados por Nazinho Tetepawã Shawã e sua esposa Ana Shawã.

O casal irá realizar a pajelança, seguindo as raízes de sua tradição, com a consagração da medicina ayahuasca, com rodas de rapé, sananga e o ritual de kambô realizado sempre aos domingos de manhã após os rituais.

Haux haux haux!

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

OXUM, A RAINHA DAS ÁGUAS DOCES


Divindade dos rios e cachoeiras, exerce seu poder nas águas doces, recebeu esse nome por conta do Rio Oxum que corre na Nigéria, em Ijexá e Ijebu. Essa Yabá é muito bela, vaidosa e sedutora, foi a segunda esposa de Xangô onde com ele viveu um grande amor.

Na África Oxum é muito associada a prosperidade, muitas músicas e lendas demonstram seu amor pelo cobre, o metal mais precioso do país Iorubá nos tempos antigos. E assim como os rios abundantes ela traz essa energia prospera em nossas vidas quando cultuada.

Oxum também está associada ao amor, a mãe afetuosa que ampara seus filhos nos momentos de aflição. Em nós ela trabalha muito bem as emoções, seus fluidos aquáticos mexem facilmente com os nossos sentimentos, limpando tudo aquilo que nos sufoca e purificando-nos para novas etapas de nossas vidas. Quem se distancia da energia dessa Orixá costuma a ficar frio e sem sentimentos.

Oxum nos ensina que a lagrima é o remédio mais eficaz para purificar o nosso espirito de energias densas, é através das lagrimas que liberamos as emoções de magoas, angustias e raiva e só depois desse processo de cura que conseguimos retomar nossa caminhada.

Ela representa a feminilidade, o empoderamento feminino, a autoestima, o amor próprio, ensina seus filhos a se amarem e se aceitarem como pessoas, a cuidarem bem de si em todos os aspectos: físico, emocional e espiritual. Oxum gosta das coisas limpas, bonitas, elegantes e equilibradas.

Rainha das águas doces, controla toda a parte criadora, sem a água doce não existiria vida no planeta. Ela também controla a fecundidade, as mulheres que desejam ter filhos dirigem-se a ela e sempre são atendidas com sua generosidade.

Ponto de Força das Cachoeiras
Mamãe Oxum rege o importante ponto de força das cachoeiras. Os pontos de forças são locais na natureza que possuem a mais pura vibração do Orixá, são considerados santuários naturais. Quando a pessoa adentra nas cachoeiras, pode sentir a vibração e força das águas, limpando e purificando, trazendo a energia do amor e da prosperidade. Os fluidos vão harmonizando todo o ser e quando a pessoa se despede da cachoeira geralmente sente-se renovado.

Itan: Oxum faz as mulheres estéreis em represálias aos homensQuando todos os Orixás chegaram a terra, organizaram reuniões onde as mulheres não eram admitidas.Oxum ficou aborrecida por ser posta de lado e não poder participar de todas as deliberações. Para se vingar, tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis.Desesperados, os orixás dirigiram-se a Olodumaré e explicaram-lhe que as coisas iam mal sobre a terra, apesar das decisões que tomavam em suas assembléias. Olodumaré perguntou se Oxum participava das reuniões e os orixás responderam que não. Olodumaré explicou-lhes então que, sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nenhum de seus empreendimentos poderia dar certo.De volta a terra, os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos, o que ela acabou por aceitar depois de muito lhe rogarem. Em seguida, as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados. Oxum é chamada de Ìyálóòde (Iaodê) título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade.

Refletindo sobre o Itan, podemos observar que Oxum traz a energia do empoderamento feminino, quando as mulheres foram excluídas das decisões importantes, ela demostra seu poder e sua importância perante a sociedade e conquista seu lugar com grande mérito. Fica claro também a importância das águas em nossas vidas, sem água doce não há vida, a vida não se mantém e não se cria sem as águas, precisamos preservar esse bem tão preciso e respeitar a grandeza desse elemento curador.

v  Cores: Amarelo Ouro
v  Saudação: Ore yè yé o!! (Significa – Chamamos a benevolência da mãe)
v  Dia da semana: Sábado
v  Elementos: Águas doces
v  Símbolos: Leque com espelho (Abebé)
v  Oferendas: Omolocum, Pera, melão, mamão, bananas, joias, flores amarelas.

Ore yè yé o mamãe Oxum!
Minhas mais humildes reverencias!
Juliane Camargo

ReferênciasAs Sete Linhas da Umbanda: A religião dos mistérios – Rubens Saraceni – São Paulo: Ed. Madras, 2017;As Cartas dos Orixás – Celina Fiovarani – São Paulo: Ed. Pensamento, 2009;Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – São Paulo: Ed. Companhia das letras, 2001.Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de todos os santos, no Brasil e na antiga costa dos escravos, na África – Pierre Verger – tradução: Carlos E.M Moura – São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2012;Tarô dos Orixás – Ademir Barbosa Junior – Ed. Anubis, 2015;

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Śrī Sarasvatī

Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Mahādeva!
Todas as Glórias à Śrī Bhagavan!
Todas as Glórias à Śrī Śakti Devī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Sarasvatī Devī!

Śrī Sarasvatī
No mês de outubro homenagearemos Śrī Sarasvatī em nossos Satsaṅgas nos Templos Polimatas. 
Śrī Sarasvatī é conhecida como a deusa do conhecimento, das artes, do aprendizado e da cultura, entre outros atributos. 

Sarasvatī Pradhan Pūjā, o principal dia de culto, homenagem e oferendas à Śrī Sarasvatī se dará, neste ano, no dia 5 de outubro.

Etimologicamente, do sânscrito, seu nome é composto por “sāra” (essência) + “sva” (do ser), o que pode ser traduzido de forma livre como “aquela que conduz ao autoconhecimento”.

Dentro dos possíveis significados de seu nome, há também relação com "aquela que flui", remetendo ao extinto,  rio Sarasvatī. No Rigveda, Śrī Sarasvatī é retratada, de maneira semelhante a Śrī Ganga, à personificação do rio Sarasvatī.

Śrī Sarasvatī é usualmente representada com quatro braços (em alguns casos, com apenas dois). Em uma de suas mãos ela carrega os Vedas, representando o conhecimento. Em outra ela carrega uma japamālā, remetendo ao processo devocional (bhakti) e em duas delas uma vīṇā, instrumento cujo domínio demanda grande disciplina e dedicação.Suas montarias podem ser tanto o ganso, que representa a virtude do discernimento, como o pavão, representando o belo, artisticamente.

Śrī Sarasvatī é a consorte de Śrī Brahmā e sua śakti. Conta-se que ela foi criada por Śrī Brahmā para auxiliá-lo, através da ordem e do conhecimento, no processo de criação do universo. No entanto, Śrī Brahmā apaixonou-se pela beleza e inteligência de Śrī Sarasvatī. Ela descontentou-se dessa situação e buscou fugir do olhar de Śrī Brahmā, o que era impossível, pois para vê-La, Śrī Brahmā foi criando outras cabeças, para poder ver em todas as direções, tendo ficado com cinco cabeças no total.

Esse processo irritou Śrī Sarasvatī, que o amaldiçoou para que ele tivesse poucos templos no mundo para adorá-lo. Quando a paixão de Śrī Sarasvatī começou a abalar a ordem do universo, Śrī Śiva, na forma de Bhairava, interveio decepando uma das cabeças de Śrī Brahmā fazendo com que ele retornasse ao seu senso.

Mesmo com isso, Śrī Sarasvatī tornou-se consorte de Śrī Brahmā, devido a necessidade de uma esposa para que ele pudesse realizar os sacrifícios necessários para se purificar.  No entanto, ela manteve com a mente absenta e eles nunca se relacionaram de forma matrimonial.

Śrī Sarasvatī

Invocações mântricas 

श्रीसरस्वती श्लोक
Śrī Sarasvatī śloka – verso para a boa absorção do conhecimento, deve ser recitado antes do início dos estudos

सरस्वति नमस्तुभ्यम्
वरदे कामरूपिणि 
विद्यारम्भम् करिष्यामि
सिद्धिर्भवतु मे सदा 
sarasvati namastubhyam
varade kāmarūpiṇi 
vidyārambham kariṣyāmi
siddhir-bhavatu me sadā 

Reverências à Śrī Sarasvatī,
Ó, concessora das bênçãos, Aquela que realiza os desejos 
Estou iniciando meus estudos,
Que eu alcance a realização, sempre 

गायत्री
gāyatrī – métrica védica de 24 sílabas, usualmente utilizada na invocação das Deidades

ॐ वाग्देव्यै च विद्महे
कामराजायै धीमहि ।
तन्नो वाणी प्रचोदयात् ॥
auṃ vāgdevyai ca vidmahe
kāmarājāyai dhīmahi 
tanno vāṇi pracodayāt 


Todas as Glórias à Śrī Guru Mahārājācārya Mahāsūrya Paṇḍita Svāmī!
Todas as Glórias à Śrī Śrī Sarasvatī!

Minhas mais humildes reverências.
Filipe Uveda

Sinceros e especiais agradecimentos ao meu irmão Yuri pela inspiração, ensinamentos e irmandade.

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Satsaṅg à Śrī Sarasvatī -Templo Polimata Jundiaí


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