quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A LENDA DE OBALUAÊ

Conta-nos o itan mais famoso de Obaluaê, em uma de suas versões, que Nanã estava ávida para gerar um filho. Dessa forma, para realizar seu intento, enfeitiçou Oxalá para que este se deitasse com ela e pudesse engravidá-la, realizando seu desejo. Ocorreu, porém, que sua mironga não passou desapercebida durante a concepção e Nanã, ao dar a luz ao filho gerado, se deparou com um bebê coberto por chagas e feridas repugnantes. Arrependida, resolveu abandoná-lo na beira da praia, local onde Yemanjá posteriormente o encontrou. Compadecida e maternal, a Sereia cuidou do garoto até que Obaluaê crescesse.

Um belo dia, em uma festa onde todos os orixás se encontravam presentes, Ogum notou que Obaluaê apenas espreitava as festividades pelo lado de fora, envergonhado de sua aparência doente e purulenta. O cavaleiro, então penalizado pelo isolamento do orixá, vai buscar palhas para cobrir seu corpo. Obaluaê aceita então participar da dança dos orixás com a condição de as palhas esconderem seu real aspecto, conseguindo assim entrar no baile. Todos os orixás sabiam de sua condição, de modo que também não se aproximavam, com exceção de uma Yabá.

Iansã, Senhora dos Ventos e muito impetuosa, ao compreender o que se passava, tirou o orixá para dançar e o colocou no meio de um vendaval, fazendo com que todas as palhas que cobriam seu corpo voassem pelo salão e suas feridas se descolassem de seu corpo, transformando-as em pipocas que caíam por cima de todos.

Ao ficar descoberto e totalmente curado de sua condição, descobriu-se por fim que Obaluaê era extremamente bonito e encantador, sendo, na verdade, o mais bonito de todos os orixás. Em sua infinita humildade, Obaluaê recolheu novamente suas palhas para se recobrir, escondendo sua beleza do mundo para  ser reconhecido apenas como curador.

A lenda de Obaluaê é uma das mais bonitas lições que os orixás vêm nos ensinar e está recheada de alusões. A atitude inicial de Nanã e o nascimento de seu filho doente já nos demonstra que toda ação kármica gera um fruto podre, assim como sua atitude egoísta gerou um bebê doente. Ela ainda representa, nesse itan, nosso aspecto psicológico de rejeição das nossas sombras e das consequências dos nossos plantios como seres que resolvem, por vezes, rejeitar a maternidade de tudo aquilo que fizemos e acreditamos ser feio. Isso não significa, no entanto, que tudo está perdido. Não à toa, Nanã abandona seu filho na beira do mar, isso é, aos pés da Mãe Divina, que sabe cuidar de aspectos que nós ainda não temos nem condição de aceitar. Também, não é por acaso que Obaluaê se deixa ser visto por Ogum, o vencedor de todas as demandas. Em sua imensa misericórdia, ele o coloca próximo aos orixás sem que haja uma exposição dolorosa de seus defeitos ou humilhação, nos ensinando que o intuito do Pai Divino, nesse momento em forma de Ogum, não é nos ridicularizar mas, sim, nos acolher e nos aceitar do modo que nos apresentamos, ainda que no baile todos soubessem do real motivo que escondia Obaluaê debaixo das palhas. Quantas vezes nós também nos apresentamos no bailado da vida com máscaras para esconder quem verdadeiramente somos? Inicialmente, esse é o sentido das palhas que mais tarde se tornarão a característica física mais conhecida do orixá.

Iansã, por sua vez, aparece aqui como mais um aspecto da Mãe Divina, dessa vez  como vendaval de Axé, sendo como o caminhar espiritual que pode, por vezes, expor nossas falhas e defeitos e derrubar nossas máscaras mas que, ao final, existe para revelar nossa verdadeira beleza e nos trazer a mais completa cura. A atitude final de Obaluaê revela o mais alto grau de iluminação do curador, aquele que abre mão de seu ego para exercer compaixão perante às chagas alheias. As palhas aqui representam agora a humildade de quem alcançou uma compreensão plena de sua missão enquanto médico espiritual. Por sua humildade, está diretamente ligado à linha de pretos velhos dentro da umbanda, conhecidos por serem também exímios curadores e seres de muita luz e alto grau de evolução. As pipocas, por fim, nos remetem ao processo de transformação revelado pelo fogo, que gera a pipoca através do estouro do milho, assim como a doença gera cura e a dor vira luz pelo fogo divino.

Dentro do polimatismo, Obaluaê pode, em sua vibração, trabalhar em tudo aquilo que se considera doença e precisa do reestabelecimento de um estado curado. Mas, afinal, o que é cura e saúde? Existem inúmeros conceitos diferentes do que são essas condições. Para os pajés, por exemplo, toda doença é um espírito e, para curar, é necessário tirar esse espírito. Para a ayurveda, a medicina indiana tradicional, a ausência de doenças ainda não é significado de saúde, necessitando que haja algo além disso, como equilibrio, bem estar e até mesmo fé e conexão espiritual. A OMS também entende dessa forma, trazendo esse conceito como  "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade."

Sendo assim, podemos buscar dentro da nossa evolução, com o auxílio misericordioso de Obaluaê em sua simplicidade e humildade, a cura de nossas doenças e o reestabelecimento de nossa saúde e todas as nuances que esse estado engloba.  Para isso, faz-se necessário ir muito além da compreensão de cura como mera questão de retirada de causas e sintomas. A vibração desse orixá pode nos auxiliar no reestabelecimento da saúde como um estado natural de equílbrio e bem viver através da superação das nossas limitações egóicas para que as doenças não surjam e também não retornem. 

Atotô Obaluaê!

RITUAL DE ORIXÁS EM LOUVOR À OBALUAÊ




Contamos com a presença de todos nesse encontro, dentro dos estudos de religiões afro-brasileiras da Irmandade Polimata, em busca de conhecimento, realização e liberdade espiritual em nosso caminho.

Este mês louvaremos nosso Pai Obaluê, pedindo por curas físicas e espirituais.

A Sagrada Medicina Ayahuasca nos permite uma melhor conexão com estas divindades e uma experiência muito mais profunda e verdadeira.

Atotô Obaluaê!

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:



terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

REFLEXÕES PARA A SABEDORIA 4


Não se prenda a nada que com o tempo venha a te destruir.

Somos prisioneiros e cultivadores de nossa destruição, o homem moderno desta Era é o que se encontra mais distante historicamente de se libertar e conhecer a Verdade Absoluta em relação a si mesmo, Deus e ao Todo. Afinal de contas, temos nossa liberdade cerceada pela programação de falsos valores e verdades.

Como podemos saber quem somos se estão sempre nos dizendo como devemos ser?

Poucos desejam se conhecer e expandir-se além do que se tornaram, afinal, isto dá trabalho. Assim nos conformamos no sofá junto a TV vivenciando a vida passar, desta forma realizamos este mundo em que vivemos, através desta falta de expectativa devido a cegueira que se abate perante todos homens que acreditam ser livres dentro de suas celas prisionais do ódio, raiva, rancor, violência, preconceito, vingança, vícios, hábitos, desejos, dívidas, bancos, casa, carro, celular....Este homem moderno cava sua morte emocional, financeira, social, pois assim foi programado, consumir para saciar seus desejos e frustrações de sua imagem perante os outros, até porque, a moderna falta de consciência nos ensinou que “IMAGEM É TUDO”.

Sermos esta verdade não é mais necessário, temos o marketing.Consumimos nossas vidas e tempo com emoções destrutivas que nos dominam, como o ódio, raiva, vingança, venenos que muitos desejam aos seus adversários de desafeto, porém, quem toma este veneno e se destrói, é VOCÊ que assim o deseja, que o produz, que o alimenta, envenenando a sua mente, sentimentos, bioquímica, desejos, seu espírito.Pare de se envenenar, acorde deste pesadelo karmico inevitável em seu resultado. 

Nossos desejos nos possuem.

Este homem moderno naturalmente sem consciência, possui seus valores atrelados ao que você possui materialmente falando. O que você é, é o resultado do quanto você tem no banco ou no bolso, não importa também se você é um cavaleiro ou um patife, a origem do dinheiro não importa, se é alcançada através de corrupção ou crime, afinal o que importa é o gozo dos sentidos, o poder econômico deste mundo louco e sem sentido que vivemos, esta falta de sentido na vida, é o resultado de nos encontramos perdidos.

Hoje você compra uma casa financiada, se endivida no banco e se torna prisioneiro de uma dívida que lhe vai consumir, aflorar o seu medo, afinal você pode perder o emprego, ficar doente, o que será de minha família, da minha vida se eu perder o pouco de poder material que alcancei? Ao se deparar com esta questão muitos caminham no karma de assaltos, crimes, tráfico, corrupção...
Você se tornou prisioneiro de seus bens e de seu Status Quo, cego na ilusão de um domínio que não possui.

Fazer o certo, normalmente é o mais difícil a ser realizado.

Este satori é muito importante, muito discípulos conhecem as implicações e importância deste verso para a Iluminação, ele se inicia com uma questão base, o que é “fazer o certo”? O certo se existir é o caminhar pelo Dharma, sendo um exemplo de harmonia, companheirismo, altruísmo, humildade, gentileza, alegria, integridade, amor...

Valores este que o homem moderno diz possuir, o que vemos na prática de nosso dia-a-dia não ser a verdade real. Quando estendermos as mãos como Gandhi em sua caminhada de paz, sobre o voto de ahimsa, não-violência, poderemos assim parar de nos agredir uns aos outros.
Não se prenda aos desejos que tornaram sua vida um pesadelo para mantê-lo.

Muitos se perguntaram, mais como me libertar?
Um dos meus primeiros gurus dentro do sanatana-dharma foi Sri Somaka Maharaj que sempre me falava sobre o pensamento que se tornou livro: “Vida Simples, pensamento elevado”.
Foi através desta máxima vaisinava que fora ensinada por Srila Prabhupada (fundador do movimento Hare Krsna) desvenda um dos caminhos. Pensem nisso, pois será o próximo satori em busca de sabedoria.

Minhas mais humildes reverência ao meu querido Sri Gurudeva Somaka Maharaj Swami ki.....

Atenciosamente, deste simples servo do caminho.
Acarya Mahasurya Pandit Swami


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

ANIMAIS DE PODER -ONÇA

Considerada a grande rainha da floresta pelos povos da Amazônia, é um animal extremamente respeitado, tanto no reino físico quanto no mundo espiritual. Por onde passa vai abrindo e criando seus próprios caminhos, integrando a sutileza e a força em seu sagrado caminhar. Quando caça é paciente e objetiva, nunca se afoba ou desespera-se, pois permanece em constante conexão com o poder. Quando invocada nos aspectos de limpeza e proteção, defende aqueles que por ela são guardados como seus próprios filhos, e não excita em usar sua agressividade no momento necessário, bem como sabe permanecer silenciosa e serena enquanto traça seus passos e seu caminhar por todo o seu reino.

É tida por muitos pajés como um dos principais animais relacionados à cura, professora e detentora de um profundo conhecimento no plano espiritual, trazendo também o aspecto da ativação do grande poder pessoal do curador para que seu objetivo possa ser realizado.

Como todos os felinos tem a ligação com o aspecto da ação que possibilita a realização dos objetivos, carrega em si os princípios da autonomia e independência, coragem, astucia e direcionamento. Por tudo isso é visto em diversas culturas indígenas por todo o continente americano como um ser divino, reconhecido e reverenciado, por representar grandes potencias divinas contidas dentro de nós, integrando e equilibrando em si as contradições, como a calma e a agressividade, a inteligência e a ação, o poder e a discrição, a força e sutileza.


-RODA DOS ANIMAIS DE PODER
Templo Polimata Jundiaí

Neste encontro, prestigiaremos a força da onça. Um convite para um estudo sobre esse totem dentro das tradições da floresta amazônica, estabelecendo os aspectos de proteção dentro dos espaços exteriores e interiores, bem como buscar o despertar das virtudes, regenerando e curando o poder pessoal contido dentro de nós.

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:


RODA DOS ANIMAIS DE PODER



RODA DOS ANIMAIS DE PODER
Templo Polimata Jundiaí

Todos nós possuímos os Totens xamânicos, conhecidos como Animais de Poder, Aliados ou Guardiões, que se manifestam como nosso instinto animal. Os xamãs relacionam esses animais ao nosso espírito e à nossa jornada, enquanto almas espirituais, realizando uma experiência corpórea neste plano. Neste encontro, prestigiaremos a força da onça.


PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:

https://www.facebook.com/events/319358232042430/?notif_t=plan_edited&notif_id=1550504487460270
https://www.ordempolimata.com.br/events/roda-dos-animais-de-poder-jundiai-fevereiro

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

MEDICINA DO RAPÉ

O rapé é uma sagrada medicina da floresta, feita com o tabaco e a mistura de cinzas das cascas de algumas árvores medicinais. É preparado com o intento de trazer força e conexão espiritual àqueles que o consagrarem.

Durante o preparo da medicina são direcionados alguns rezos da tradição indígena, para trazer a força dos seres e espíritos da floresta junto à medicina e para potencializar a cura daqueles que receberem o rapé. Seu uso pode ser feito dentro e fora de rituais, até mesmo no dia a dia, mas sempre de maneira consagrada, com respeito às forças espirituais que acompanham a medicina.

Aqueles que fazem o uso do rapé, buscam a conexão com as forças da floresta, elevação espiritual ou até mesmo limpar-se de energias negativas, renovando seu campo energético. Também usado pelo povo nativo, para espantar os maus pensamentos, para tirar panema e dor de cabeça.

São muitos os resultados benéficos trazidos ao corpo e espírito por essa medicina. Usados também pelos curadores e pajés das tribos nas práticas ancestrais de cura.


Encontre sua medicina em www.medicinasdajiboia.com.br
Rapés preparados com muito amor e muito respeito, com o verdadeiro intento de levar a cura e força da floresta para aqueles que o receberem.
Nossa produção é artesanal, realizamos grande parte do plantio, da colheita e da produção das medicinas. A colheita na floresta é feita com a ajuda de diversas tribos indígenas. A produção é realizada por um grupo pequeno e seleto de membros, mestres e pajés do Templo Polimata ou ligados à Irmandade Polimata.


RITUAL DE UNI



Ritual Xamânico com Ayahuasca
Templo Polimata Jundiaí

Os rituais xamânicos do Caminho Verde, também conhecidos em nosso Templo como Rituais de Uni, tem como base o xamanismo amazônico brasileiro, contando com a medicina do rapé, do kambô, da sananga e a bebida sagrada Uni (ayahuasca), conectando as curas e ensinamentos provenientes dos pajés (Arumuyás) de diversas tribos amazônicas.

Temos como base ritualística o conhecimento aprendido diretamente através da vivencia com as tribos, por meio de seus pajés e curadores. Sendo assim, a condução da nossa cerimonia é fundamentada dentro de quatro tradições ancestrais principais:

-Povo Noke kuin / Katukina
-Povo Shanenawa
-Povo Huni-Kuin / Kaxinawá
-Povo Shawãdawa

Por isso convidamos aos buscadores para mergulhar nas profundezas espirituais da floresta, conectando as raízes de nossa própria natureza interior, reconhecendo a divindade contida nos mistérios que são revelados, através do conhecimento original da medicina.

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÕES:
https://www.ordempolimata.com.br/events/ritual-de-uni-jundiai-fevereiro
https://www.facebook.com/events/1256304007828199/

Haux haux!

JORNADA POLIMATA 2019 - JORNADA DA PLENITUDE



JORNADA POLIMATA 2019 - JORNADA DA PLENITUDE
Imersão Espiritual de Carnaval
2 a 5 de Março
Templo Polimata Mairiporã
A Jornada Polimata é uma imersão que faz parte da Busca da Visão.

Esta imersão é realizada com os rituais das 3 linhas principais do Polimatismo, mas com um diferencial, pois a Jornada é estendida com atividades e vivências extras que seguem a linha espiritual do dia.

São vivências bem mais profundas que os rituais regulares que acontecem nos fins de semana em nossos templos.

Diferentemente da edição anterior, esta vivência acontecerá em 3 dias inteiros, sendo a única oportunidade de participar de 3 rituais completos.
O foco dos nossos rituais são o Autoconhecimento, o Autodesenvolvimento e a eliminação de bloqueios que impedem a evolução individual, ou seja, despertar o Ser Pleno.

Ao vivenciar diferentes linhas de rituais, você poderá sentir e se conectar com a egrégora espiritual de cada uma delas. E cada egrégora certamente vai trazer uma nova consciência.
E lembre-se: Quando adquirimos a consciência, nos aproximamos da cura.
Vivencie a PLENITUDE!!
CONFIRA TODOS OS DETALHES DA IMERSÃO >>
bit.ly/jpplenitude
INFORMAÇÕES >> (11) 95494 6751 (whatsapp Busca da Visão)